Fim de benefícios fiscais até 2027 pode gerar impacto bilionário para empresas

Assertif 
em 03/06/2025

A possível extinção de benefícios fiscais até 2027 coloca em alerta empresas de diversos setores que dependem de incentivos para manter sua competitividade. Estimativas apontam que R$ 35 bilhões deixarão de ser desonerados nos próximos anos, exigindo revisão no planejamento tributário empresarial e atenção às novas diretrizes fiscais.

Extinção de incentivos fiscais: o que está em jogo

O governo federal prevê o encerramento de programas relevantes que garantem alívio tributário a setores estratégicos. Entre os principais:

  • Perse (Programa Emergencial para o Setor de Eventos): válido até 2026, já esgotou o teto legal de gastos no primeiro semestre de 2024.
  • Desoneração da folha de pagamento: com fim escalonado até 2027, impacta diretamente empresas da construção civil, tecnologia, comunicação, call center, confecção, entre outros.

Também estão sob risco incentivos fiscais voltados ao esporte, saúde oncológica, inclusão de pessoas com deficiência, semicondutores e leasing de aeronaves.

Lei Complementar 211/2024 endurece regras para renovações

Com a sanção da Lei Complementar nº 211/2024, novas limitações foram impostas à criação e prorrogação de incentivos tributários. A partir de 2025, se houver déficit primário nas contas do governo central, será proibida a promulgação de leis que ampliem ou renovem benefícios fiscais.

Em 2027, essa restrição também se aplica caso o orçamento federal apresente queda nominal nas despesas discricionárias. Ou seja, mesmo benefícios com forte apelo social e impacto econômico podem ser encerrados se as condições fiscais não forem revertidas.

A nova regra afeta, inclusive, propostas como a correção da tabela do Imposto de Renda, que busca elevar a faixa de isenção para R$ 5.000. A ideia do governo é torná-la permanente, evitando os limites temporais impostos pelas leis orçamentárias desde 2012.

Impacto no orçamento e no planejamento tributário

Segundo levantamento, com base no Orçamento de 2025, os incentivos fiscais com data de vencimento somam R$ 81 bilhões até 2073. A cifra abrange benefícios sobre IRPF, IRPJ, CSLL e Imposto de Importação.

Já o total de gastos tributários ativos está estimado em R$ 536 bilhões, podendo chegar a R$ 800 bilhões com ajustes metodológicos. A cifra representa 20% da arrecadação federal e cerca de 4% do PIB, segundo dados oficiais.

A reforma tributária também impactará parte desses benefícios, com a extinção de incentivos sobre PIS, Cofins e IPI a partir de 2027. As exceções aos novos tributos só poderão ser revistas pelo Congresso a partir de 2030.

Empresas devem agir agora: revisão tributária é estratégica

Diante desse cenário, as empresas devem:

  • Reavaliar o planejamento tributário de curto, médio e longo prazo;
  • Mapear os benefícios fiscais em vigor e seus prazos de validade;
  • Simular impactos financeiros com o fim dos programas;
  • Buscar alternativas legais e reestruturações possíveis;
  • Atuar institucionalmente junto ao Congresso e entidades setoriais.

O ambiente fiscal brasileiro está em transformação. A capacidade das empresas de se anteciparem e se adaptarem a esse novo cenário será determinante para garantir sustentabilidade tributária e competitividade em um contexto cada vez mais restritivo.

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