O governo federal publicou uma Medida Provisória (MP) que altera significativamente regras tributárias e projeta arrecadar R$ 63 bilhões até 2028, segundo estimativas do Ministério da Fazenda. As mudanças incluem aumento de alíquotas, fim de isenções em investimentos e restrições à compensação de créditos tributários. Para o empresariado, o cenário exige atenção redobrada ao planejamento tributário e às operações financeiras.
A nova MP faz parte da estratégia do governo para aumentar receitas sem criar novos impostos, em linha com o esforço pela meta fiscal de 2025. As medidas visam também reforçar o controle sobre abusos em compensações tributárias, alvo frequente de litígios com a Receita Federal.
Ano | Valor estimado |
---|---|
2025 | R$ 10,5 bilhões |
2026 | R$ 20,9 bilhões |
2027 | R$ 11,9 bilhões |
2028 | R$ 9,2 bilhões |
O maior impacto vem da nova vedação à compensação de tributos quando:
🔍 Risco prático: empresas que utilizam créditos antigos, oriundos de benefícios setoriais (como leite ou transporte), podem ter a compensação recusada. Isso pode gerar autuações, multas e disputa no CARF.
🎯 Impacto direto em holdings, companhias abertas e empresas que usam JCP como mecanismo de distribuição eficiente de lucros.
A partir de janeiro de 2026, títulos como LCI, LCA, CRI, CRA, debêntures incentivadas, Fundos Imobiliários e Fiagros passam a ter:
📈 Simplifica o sistema, mas prejudica estratégias de longo prazo.
⚖️ Para plataformas nacionais, será necessário adaptar o compliance.
Além de receitas, a MP também visa:
Revise a origem dos seus créditos tributários. Mantenha documentação detalhada e atualizada. Prepare-se para justificar as compensações com provas materiais.
Avalie alternativas aos papéis que perderão isenção. Fique atento às emissões até 2026, que ainda poderão se beneficiar do regime atual.
Fortaleça o setor jurídico-tributário da empresa. Casos de compensações indeferidas podem gerar autuações com cobrança imediata.
Empresas que usam JCP como ferramenta de planejamento tributário devem reavaliar sua estrutura antes do aumento da alíquota.
A Medida Provisória sinaliza um ambiente de maior rigor tributário, com foco no reforço de caixa da União e no combate a distorções e abusos. Apesar de ainda depender de aprovação no Congresso, os efeitos já se fazem sentir e exigem ação estratégica por parte do empresariado.
🧭 A palavra de ordem agora é: prudência, transparência e antecipação.